Nos dias 12 e 13 de abril participamos do curso de Ecoturismo e Técnicas Básicas de sobrevivência com a equipe Trilhas da Terra.
O ponto de encontro foi no restaurante DIB na divisa de Mairiporã e São Paulo. De lá fomos para a trilha que nos levaria ao local do acampamento.
No caminho encontramos algumas aranhas. A aranha Nephila foi a mais vista. Esse gênero de aranha é muito comum em regiões quentes do continente americano. No Brasil elas podem ser encontradas por toda a região da Mata Atlântica. Esta aranha é uma tecedeira que constrói suas teias com formato circular em locais entre a vegetação onde insetos costumam voar. A seda de sua teia é muito resistente, podendo ser perigosa até para pequenos passos que ficam presos.
Os anfíbios nos acompanharam durante todo o primeiro dia. O primeiro que encontramos foi esse sapo-de-chifres. Apesar do nome e de falarmos no vídeo abaixo que se trata de um sapo, este animal é da família das rãs. O apelido de sapo deve-se a sua pele camuflada e enrugada e por caminhar pelo chão da floresta. O nome popular sapo-de-chifres se deve as suas ''sobrancelhas'' que possuem o formato parecido com cifres.
Na primeira parte do curso aprendemos a arrumar a mochila para uma trilha de acordo com as prioridades. Mesmo se a trilha for de apenas um dia, deve-se estar sempre preparado e equipado caso precise ficar mais tempo e montar um acampamento, pois a natureza é sempre imprevisível.
Após a aula de como montar uma mochila, nós montamos o acampamento. Ficamos em barracas, mas o Eduardo, nosso guia, montou um abrigo improvisado no chão. A preferência é que o abrigo esteja sempre no alto e longe do chão, para evitar animais como cobras, mas no chão também é muito útil se você precisar passar a noite na mata.
A uma certa distância do acampamento, cavamos a latrina, que serve como vaso sanitário, onde são feitas as necessidades.
Depois de nos instalarmos, fizemos uma trilha até uma cachoeira e no caminho encontramos esse tucano-de-bico-verde. É uma ave que vive em áreas florestadas, principalmente na mata atlântica. Apesar termos conseguido apenas uma foto e registrar só um indivíduo havia mais tucanos por perto. Sabemos disso pois ouvimos o canto desses animais por um bom tempo, mas por ser mata fechada e por eles estarem na copa das árvores, foi difícil visualizá-los. Felizmente conseguimos uma foto!
Após uma trilha bem cansativa, pudemos relaxar tomando um banho de cachoeira mais que merecido!
No caminho de volta encontramos outro anfíbio. Este é um exemplar macho da perereca-de-banheiro. Sabe-se que é macho devido a sua coloração, característica dos machos quando estão em atividade reprodutiva.
Esta taturana estava andando na minha perna. O perigo desses animais está em suas cerdas (pelos), que causam fortes queimaduras. Dei sorte dessas cerdas não encostarem em mim.
Chegando da trilha acendemos uma fogueira para nos aquecer durante a noite e preparamos nosso jantar. No meu caso, um delicioso enlatado de atum!
No meio da noite encontramos essa perereca perto do acampamento. Não consegui identificá-la. Se alguém souber qual é essa espécie, deixe nos comentários. Obrigado!
Encontramos duas pererecas e uma rã (sapo-de-chifre). Com tantos anfíbios, acho importante explicar a diferença entre esses animais. Os sapos, rãs e pererecas são anfíbios anuros, ordem de anfíbios sem cauda.
Sapos - Anuros de pele rugosa, seca e com verrugas. Pernas curtas, o que não permite que esses animais deem pulos de longa distância.
Rãs - Pele lisa e pernas longas, que permitem saltos longos. Suas patas traseiras podem ter membranas que auxiliam a rã a nadar.
Pererecas - Pele lisa, pernas longas e patas dotadas de ventosas (servem para a fixação, ajudando a subir em árvores).
Trilha sonora:
AC/DC - Rock'n roll train (abertura)
Erick Johnson - Cliffs of Dover
Justin Moore - How I Got To Be This Way
Pearl Jam - Last Kiss
Esse foi o primeiro dia do curso na mata atlântica. Em breve mostraremos como foi o segundo dia. Fiquem ligados!