Há uns dias fui entrevistado pelo estudante de jornalismo, Matheus Maluf, que fez uma matéria sobre o desmatamento. Confiram a matéria a baixo!
Protagonistas do “Desmatamento Zero”
Preocupados com o alto nível de desmatamento Organizações socioambientais
tomam iniciativas para evitar maiores danos às florestas
Em junho de 2015, o DETER identificou a maior
alta de desmatamento nos últimos seis anos, as áreas desmatadas chegaram a 3.260 Km2, área 107% maior do
registrado em agosto de 2014. A SAD do IMAZON liberou dados do seu “Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real” –
DETER, e os números não são nada animadores: o corte raso (3260 Km2) e a
degradação florestal (1708,5 Km2), somados aos alertas não confirmados,
totalizam uma destruição de 5.121,92 Km2. Acabando com a seqüência de queda que
vinha sido registrada.
Tendo em vista o enorme aumento no número de
alertas de desmatamento, algumas Organizações
da sociedade civil apresentaram um
projeto para zerar o Desmatamento exemplificando varias formas de usar os
recursos de forma sustentável e consciente.
Em conversa com o engenheiro ambiental Marcus
Farah foi explicado que o desmatamento não é algo que podemos zerar, até porque
precisamos dos recursos naturais para grande parte dos objetos que utilizamos
no dia a dia que são feitos de madeira, papel, ou outros materiais derivados
deles. Logo 0% de desmatamento é algo inviável, “porém, o uso sustentável dos recursos naturais é, não só possível de
acontecer, como necessário. O que é preciso é acabar com o desmatamento ilegal,
sem o devido controle, e utilizar os recursos naturais de maneira racional,
minimizando os impactos ambientais e utilizando de medidas compensatórias.”
Mais uma vez o Mato Grosso liderou esse ranking com um aumento porcentual significativo, de aproximadamente 503% equivalente a 35% de todos os alertas.
Quando questionado o porquê desse enorme aumento de
desmatamento em MT, Marcus disse: “O Mato Grosso é um estado cuja principal fonte econômica é a
agropecuária. Com a aprovação do novo código florestal, em 2012, o tamanho das
áreas que deveriam ser preservadas, diminuiu. O que levou ao aumento do
desmatamento. Os produtores se aproveitaram disso para desmatar e usar essas
áreas para expandir sua produção. E por o MT ser um estado onde há uma grande
produção agropecuária houve um aumento ainda maior do que em estados onde há o
desmatamento por conta da extração de madeira.”
Quando o desmatamento desenfreado
ocorre sem o devido cuidado todos acabam sofrendo as conseqüências, um exemplo
claro disso é a crise hídrica que estamos passando atualmente. “O desmatamento diminui a quantidade de
chuvas, pois a água evaporada pelas árvores é levada pelo vento, através de
rios flutuantes, carregando a umidade que virá a voltar para a terra em forma
de chuva. Com o desmatamento, há menos árvores, logo, menos água é evaporada e
levada pelos rios flutuantes para se transformar em chuva.” Afirma o ambientalista
Marcus Farah.
Se o governo não começar a fiscalizar
e tomar decisões coerentes em relação a essa situação, nós poderemos enfrentar
problemas maiores do que a crise hídrica.
“o
desmatamento em níveis excessivos pode causar a extinção de espécies, falta de
água, diminuição na produção de oxigênio, maior concentração de CO2 na
atmosfera, aumento na temperatura global e a não tão longo prazo, até acabar
com a vida no planeta. Sim, esses números são alarmantes.” Conclui Marcus.
Matheus Maluf Teixeira – Jornalismo